terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Cocô com sementinhas
terça-feira, 28 de julho de 2009
+ AS HORAS E A BENÇÃO
Horas testemunhando a força, vigor, alegria de alma, generosidade de uma moça linda, a Izaura, de 77 anos, que estava ali, sempre presente, constante, confiante, vibrante e distribuindo beijinhos amorosos, comentários lúcidos e poéticos e sorrisos de covinhas. Isto sem falar nas belíssimas cenas que presenciei, onde ela, debruçada sobre ele, bem juntinho e entre carinhos e beijinhos, sussurrava coisinhas que só os dois compreendiam (e o universo todo ouvia)!
AMO e repito: HORAS MINHAS, NOSSAS, VOSSAS! VIVAS!
AS HORAS E A BENÇÃO
Caótica estas últimas duas semanas, hein!!!
Que saibamos permitir ao caos e seus “rearranjos” vitais (embora por vezes desconfortáveis)!
Quanto a mim, na parte “saúde” do caos, aprendi prá caralho ao passar uma noite com meu pai hospitalizado, recém operado, todo entubado e tendo delírios e confusão de memória.
Horas eu era o Jorge Fatuch, seu amigo de juventude, e tinha 88 anos.
Horas eu era o Rubens, este aqui (eu acho).
Horas eu era um completo desconhecido que não o deixava ir para casa, avisar a esposa que estaria preocupada com sua ausência.
Horas eu era o amigo, ajudando a limpar sua bunda, e a quem ele dizia: Estou passando por uma fase muito difícil, meu amigo, mas vou sair dela logo, logo!
Horas ouvindo-o render graças aos cuidados de todos que estão à sua volta: as enfermeiras, minha mãe Izaura, minha irmã Leila, à acompanhante de seu colega de quarto...
Horas sem ouvir um palavrão, reclamação vitimizada, xingamento ou silêncio martirizante.
Horas embalado pela poética do menino de 82 anos, brincando de fazer esculturas com a coberta, empurrando a cama para tentar escapar sem ser percebido, contando histórias de uma vida inteira – sempre e a todo o momento dizendo: É uma benção, meu Deus! É uma benção!
Horas ouvindo-o descrever a bela chácara que estava vendo, em seu delírio, e também as lindas propagandas que descrevia estarem pelas paredes. Teve também o horizonte colorido, bem na linha que divide a parede e o teto – tão belo quanto um bom Van Gogh.
Horas com um homem forte e emocionado que, por contingências óbvias, é meu pai.
Horas sem saber quem era eu, para ele.
Horas sem se importar com isto.
Horas vendo, sentindo e ouvindo sua essência – a dele – se exercendo.
Horas em que aprendi o real estado de relação entre duas pessoas, onde a consciência e memória estarem presentes é o que menos importa.
Horas de comprovar o quão tolo é sofrer com o sofrimento.
Horas para testemunhar a liberdade da existência.
Horas atualizando a realidade a cada novo momento, delírio, fato, encontro e desencontro.
Horas: Uma Benção, Duas Bênçãos, Dez Bênçãos, Muitas Bênçãos!
Horas em que a vida me mostrou ser ela infinitamente maior do que a morte, do que os laços sanguíneos, do que os desconfortos físicos...
Horas onde o amor incondicional passeava sem a menor necessidade de conivência consciente de qualquer um de nós que estávamos ali.
Horas abençoadas e libertárias!
Horas minhas, nossas, vossas!!!
sexta-feira, 29 de maio de 2009
CLAREAR
Pois bem, continuando, rio rindo-me, tanto de mim (e principalmente) como de vocês adoráveis mitos míticos fetichizados.
O verbo acreditar é cunha propulsora neste momento o de agora (apenas, por enquanto) para que eu deleite o fato/ato de suas crenças na existência de uma verdade que se propõe ter continuidade.
Qual o que, amados! É tudo oposto/oponente da eternamente verde verdade. E não me refiro "à" mentira. Não! Esta é outra coisa, muito diferente e fora do este âmbito, o meu de agora (ágora).
O que quero dizer, didaticamente falando, é que, psiu!, oi!, não é o que lhes chega. Não! É o que lhes vai de encontro.
Agora rio-me de mim, pois propus didática e emaranhei-me na teia do barroco viés. Mas desavergonhadamente me resgato (acho) e digo: Foda-se! Ai que "dilicia"!
Pois bem, então, é assim: acredite quem quiser e quem desquiser, pois, além de dar no mesmo, mantém viva a existência disto que combinamos cognominar CULTURA!
Olha eu rindo de novo... Minto! Não rio! Não escorro! Não verto em leito! Apenas, ufa, gargalho...
E assumo que não é por fora, mas por dentro - um dentro que em sendo dentro, chora às gargalhadas!
E sigo, num continuo divertir-me. E seguem, num continuo acreditar-me!
Brindes façam a Machado de Assis e sua "Igreja do Diabo"!
quarta-feira, 6 de maio de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
domingo, 26 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
EU ME DIVIRTO (texto)
1 - Ufa. Ufo. Ovni que uma semana tem menos de vinte e quatro horas.
2 - Mentira deslavada. Invenção paranóica. Neura pura e sem mistura.
1 - Qual o que falar assim disto tão banal, bananal, bananeira, bananamento, catavento que gira sem vento.
2 - Mais besteiras a escorrer ladeira abaixo.
1 - Então ta qu’então galo canta donde ninguém sabe e cabra berra debaixo da clavícula esquerda.
2 - Cala a boca, oh latrina oxidada.
1 - Claro que calo não, para assim pisar em seu calo que do pé subiu a um dos lóbulos dizendo - “aqui fico e me instalo” - para ver se estala a craniana caixa, ao menos por dor ou pressão que não a arterial, mas a de inchamento, intumescimento, crescimento indevido devido ao calo este que do pé subiu alterando a ordem das coisas estas, ao menos.
2 - Cala a boca, oh privada pública e notória.
1 - Claro que calo não, para assim pisar em seu calo que do pé subiu à glote dizendo “engasgo eu, engasga tu, para que a vida vire um cu”.
2 - Cala a boca, oh cloaca ambivalente.
1 - Claro que calo não, para assim pisar em seu calo que do pé subiu à próstata dizendo “vamo lá vê quem é mais macho aqui”.
2 - Cala a boca, oh, oh, oh, oh
1 - Estalou?
2 - Cala a boca, oh, oh, oh, oh
1 - Engasgou?
2 - Cala a boca, oh, oh, oh, oh
1 - Brochou?
2 - Não, não, não!
1 - Então?
2 - Calo-me! Ai!
1 - Neurologista?
2 - Ai!
1 - Laringologista?
2 - Ai!
1 - Proctologista?
2 - Ai?
1 - Já sei!
2 - Oi?
1 - Banho, barba e cabelo!
2 - E?
1 - Cala a boca!
2 - Ufa, Ufo, Ovni que uma semana tem menos de vinte e quatro horas!
1 - Isssssssssto, moço bonito! Aprendeu como se faz?
2 - Girar sem vento o banal catavento?
1 - Sim!
2 - Oh! Eis que oiço o galo cantar donde ninguém sabe!
1 - Eeeee...
2 - E a cabra berrar debaixo da clavícula direita!
1 - Esquerda, oh latrina oxidada. Clavícula, esquerda, oh cloaca ambivalente. Debaixo da clavícula esquerda, oh privada pública e notória.
1 e 2 – Há, há, há, há, eu me divirto. Hum, há, há, ô, meu deus, como eu me divirto.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
NÃO É MESMO?
Sempre se tem a noção medida e calculada de que está sendo o que está sendo?
Não, é claro!
Então porque a hegemonia do pensar que assim é? Se bem que não é a hegemonia do pensar, mas a facilidade de assim habituar – creio. Uma equação equívoca para mentes equivocadas. Se bem que não é a mente a equivocada, mas o cérebro e seu habituar – vejo.
Certa vez disse que nada é linear. E assim o é! E porque então a alma presa na reta? Se bem que não é a alma a presa da reta, mas o medo. Ou melhor, o medo é o estratagema da reta. E isto sempre, mesmo que curva pareça - observo.
Dizem o aprendizado plantar e a educação construir o futuro de cada e todos. E o hoje futuro de ontem a quantas anda por dentro dos humanos seres em suas íntimas “colheita” e “arquitetura“?
Anda, dizem.
Desanda - digo!
Anda, aceito, como sempre andou: aos empurrões entre o abaixo da cintura e o acima do pescoço. Desanda, escrevo, desandando as vísceras e destemperando os sabores do órgão que cria e ama - alma.
E tudo é e está como é e está em estando e sendo. E não há nada de errado aí, aqui ou lá. Tudo está certo – admito. Se tudo faz parte da trama... Se não cai uma folha sem a autorização Daquele, ou de Outro que já se foi, ou de Um que talvez venha... Então está tudo certo, não é mesmo? Mesmo estando errado, não é mesmo? Então se pode dizer que certo e errado, em seu nascedouro, são o mesmo, não é mesmo?
Então porque a hegemonia do habito de pensar em certo e errado? Não é mesmo? Então porque o habito de o cérebro equivocar certo e errado? Não é mesmo? Então porque a reta e seu estratagema, o medo, conduzirem pensamento, aprendizado e educação? Não é mesmo?
Sim! É mesmo!
domingo, 22 de março de 2009
domingo, 8 de março de 2009
PORCOS DA IDADE MÉDIA
Uma vez, na Idade Média, eu tive um sonho.
Um daqueles sonhos rápidos e inesquecíveis.
Quando dei por mim, flutuava.
Flutuava acima das muralhas.
Acima das muralhas do castelo em que vivia.
Lembro que no sonho,
senti falta dos porcos.
Daqueles que eu cuidava.
Senti falta do cheiro.
Do cheiro deles.
Do cheiro daqueles porcos.
Daqueles porcos que eu cuidava.
Engraçado!
Tinha sob minha visão a paisagem,
toda, ampla, bela, forte, fresca, minha...
...minha dádiva vista de cima,
Lá de cima, de onde flutuava.
Engraçado mesmo!
Aquilo tudo a me embevecer...
E eu me lembrando dos porcos.
Lembrando dos porcos que, lá embaixo, eu cuidava.
segunda-feira, 2 de março de 2009
FIO
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
MELINDRAGEM
patinam escorregam esborracham cara carne viva esfolada espalhada juntada remontada ao som da próspera gargalhada da de máscaras porca-gorda indústria
estes de um lado
do outro aqueles também tantos quantos quiçá certamente mais muito mais apesar de sem tal velocidade inclinação exigência vício de ouvido da gargalhada ouvir e repartir (reparir) miniholocaustozinhos de sucessos esfolados em carne viva alma desalojada e jante
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
FEITIÇO
feitiço das palavras/coisas soltas largadas apartadas até que se vê a imagem de um SAPATO que passa sobre um PARALELEPÍPEDO e sem querer chuta um BLOQUINHO de madeira que nele apoiado tinha um CUBINHO feito de ALGODÃO umedecido que escondia uma ANGIOSPERMA que por sua vez devido ao chute vai parar numa CÉLULA hexagonal (daquelas com furinho que sai grama de dentro) da calçada do jardim da casa do doutor CUNHA que nada disto viu ou testemunhou embora muito provável seja que daqui algum tempo surpreso estará ao ver em seu jardim o milagre de um pé de centeio da grama brotar
e assim é também no escoar(rer) da vida – uma coisa ali, outra aqui, mais uma acolá e outra lá juntam-se sem ser nada ter em comum “praticamente” / em não sendo a vida prática (o que faria todos eles apartados manter) vê-se-a praticar (testemunho assombrado da visão) a junção das partes dantes tranquilamente apartáveis
pergunta: e não é que assim se dá / resposta: sim assim se dá / exclamação: oh / exclamação subsequente: é surpreendente / reflexão: vá-se lá sabê o que a gente ainda vai vê / conclusão: é assim que é né seu Zé
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
LARGARTAR
Bem vamos ao caso que se deu ao longo de um dia que foi na real idade uma hora se bem que podemos dizer acontecido em um minuto que alguns dirão um segundo - e assim por diante até derivarmos e conjugarmos eternidade (o que no mesmo dá):
Ela passa lenta e a um passo de um tal serpenteante caminho de pedras artísticamente firmadas colocadas fincadas em terra socada.
Lenta e ao largo – fora do alcance do olhar comum (habituado a se manter fixado no fim do caminho) passa
Deu-se assim bem assim sem ninguém ver a não ser (sabe-se lá talvez quem sabe) o ser que chamam Deus e em quem sequer imagina ela pensar existir - estar ali - feito observador de olhos direcionais e quiçá sobre ela particularmente agudos
Passa como desde sempre fazem iniciando lá na larva até a imaginação dos do caminho de pedras artisticamente colocadas ver que do invólucro saiu - aí então (verão que) voará - o que se dará da mesma forma como em qualquer seguir segundo a visão dos de passos sobre as artísticamente colocadas pedras do caminho
Ela é ela e lá está a passar - segue (ondulando voando) ausenciada dos artísticizados caminhozinhos que flutuar parecem sobre socada terra seja lá de que cor seja ou tenha sido