domingo, 7 de novembro de 2010

SOLITUDE


Ouvindo-me, escuto a humanidade inteira.
Vendo-me, enxergo-a completamente.
Sentindo-me, inteiramente, liberto-a.
Liberta, completa, esquece-me - morro.
Esquecido, exerço-me livre e completamente - vivo.
Mesmo tendo esta aparência incongruente,
É assim que se dá o fato, em si.
Mesmo sendo assim que o fato se dá,
Temos a incongruente sensação de assim não ser.
Em sendo ou não, a questão fica posta, aqui,
Em pleno título.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

UM BRASILEIRO






Ave Migrante cheio de graça, o futuro é convosco,
Bendito sois vós entre os humanos
E bendito seja o fruto de vosso ato, a miscigenação.
Santo Migrante, mãe e pai de todos,
Rogai pelos tais senhores “donos da verdade”,
Agora e na hora de nosso migrar!
Axé.

“UM BRASILEIRO” conta a história do “José João da Silva”, um migrante radicado em São Paulo, que, após enfrentar inúmeras dificuldades, vive um grave momento de crise onde o suicídio se apresenta como sua única alternativa. Neste momento crucial lhe acontece uma revelação transformadora. Devido a ela, não mais se vê como fracassado e vítima, mas se compreende como o forte e especial que, apesar de todas as graves dificuldades, vence em força.

A força do “Zé João” tem sua origem em sua história e seus conteúdos pessoais, e que é o seu maior tesouro, com a qual impregna tanto seu dia-a-dia como suas ações e realizações junto à sociedade a sua volta. Revê memórias e as emoções que carregam, atualizando-as pelo viés da revelação, encontrando-as construtivas, amorosas, felizes. Seu olhar passa a ser o do observador consciente de seu papel, que mantém e fortalece sua capacidade inteligente de refletir a cultura diferente pelo viés da lucidez, criatividade, inteligência e bom humor. Desta forma “Zé João” se reconstrói e se reidentifica – liberta-se!
O espetáculo se debruça sobre a questão daqueles que migram para as grandes cidades e passam a contribuir para a formação e desenvolvimento humano, social, econômico, estrutural e cultural dessas cidades. Partimos da idéia de que o protagonista não é um coitado e sofrido, como normalmente é considerado o migrante que não conquistou poder econômico ou social. Nosso intuito é mostrar que o migrante traz de sua região de origem a força e os conteúdos que o fará conquistar seus espaços na nova cidade. Isto representa a chegada de força, amor, fé, esperança e trabalho que são fundamentais para a formação da multifacetada realidade cultural e humana das cidades.
A proposta é que “Um Brasileiro” se comunique através de um lugar onde a razão não seja o filtro principal, mas sim a emoção e as intensidades subterrâneas desta personagem que encontra o caminho da expressão inteira e espontânea, conduzida pela urgência da felicidade lúcida e inteligente.
RUBENS CURI


Viver em um “lugar” onde o sonho é a única coisa que temos é algo muito perigoso, pois olhar para o futuro e não ter a certeza se o sonho me será dado num outro dia... Eita!!
Mas de novo sonho...
Um sonho de garoto, de garoto ansioso que não deixa de viver o sonho que no futuro será a realidade.
Pois é, os dias passam e não vemos... só sonhamos... sonhamos... sonhamos... Até que...
Através do Teatro a realidade me é dada de presente.
Com este trabalho, “Um Brasileiro” ganho conhecimento, resgato minha cultura, fortaleço minha profissão, aprendo humildade, exerço reconhecimento e o mais importante, convivo com a amizade, que não é pouca.
O espetáculo “Um Brasileiro” sou eu, como tantos outros brasileiros que procuram soluções para suas dificuldades. Neste caminho, encontro o eixo e a fé na realização do amor por tudo aquilo que faço. Acredito no espetáculo como uma forma de comunhão com todos os que, como eu, saíram de suas terras em busca do sonho, de melhores condições de vida, e que trazem consigo a coragem, a fé, a esperança e seu melhor tesouro, que são suas origens, suas histórias e a de seus pais, avós, bisavós, de suas cidades, povos, regiões; suas lendas e crendices, suas infâncias, suas juventudes, suas velhices, suas sabedorias, inventividades, criatividades...
MAURÍLIO DOMICIANO


Me servindo de Bertold Brecht:
“Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros?...”
Nossas histórias sempre foram escritas do centro para a periferia, do maior para o menor. “Um Brasileiro” quebra este paradigma e só por isto, já é ousado.
SERGIO CARVALHO DA FONSECA


Direção: RUBENS CURI
Elenco: MAURÍLIO DOMICIANO
Texto: SÉRGIO CARVALHO DA FONSECA e RUBENS CURI
Cenografia: DANIELA THOMAS
Iluminação: DAVI DE BRITO
Figurino: CLAUDIA SHAPIRA
Trilha Sonora: RUBENS CURI
Criação e Projeto Gráfico: VINÍCIUS PRADO
Fotografia: MICHELA BRÍGIDA RODRIGUES
Produção: MAURÍLIO DOMICIANO
Assistente de Produção: ANA PAULA DE FARIA e JORGE MELO
Assessoria de Imprensa: ANA PAULA DE FARIA
Costureira: CLEUZA AMARO DA SILVA

sábado, 24 de abril de 2010

OBESA CULPA


Você precisa fazer uma coisa; uma coisa que você disse que faria – e disse, movido pelo real desejo de fazer.
Todos os dias você lembra do que tem para fazer – e não faz.
Por não fazer, o desejo vai se transformando em dúvida, alimentada pelo medo.
Todos os dias você lembra – e não faz.
Por não fazer, sofre.
Sofre, todos os dias, um sofrimento que aumenta em peso e tamanho – engorda.
Grávido de um desejo obeso, você, todos os dias, lembra do que tem para fazer – e não faz.
E não faz, e não faz, e não faz...
E pesa, o obeso – dentro, por dentro, lá dentro.
E oprime, o obeso.
E tudo vai ganhando obesidade.
E tudo engorda.
E engorda, a cria.
Até que nasce... e não é obesa.
Ah, obesa e a obrigação de fazer?
Não! Obesa é a culpa, que se nos apresenta inicialmente aguda e fina, feito lâmina e que depois, colocada para dentro, engorda e se torna grave, feito um imenso peido entalado.

"UM BRASILEIRO" no SESC Consolação

segunda-feira, 12 de abril de 2010

quarta-feira, 7 de abril de 2010

SENTE-SE



SENTE-SE!
NÃO?
SENTE-SE, SIM!
IMANANDO – EMANANDO!
...
VIU SÓ COMO SE SENTE?

sexta-feira, 19 de março de 2010

10:30 de 19-03-2010



DEZ Horas e Quarenta e Três Minutos do Dia Dezenove de Março de Dois Mil e Dez.
Dia Dezenove de Março das Dez Horas E QUARENTA e Três Minutos do Ano de Dois Mil e Dez.
Ano de Dois Mil e Dez do Dia Dezenove do Mês de Março das Dez Horas e Quarenta E TRÊS Minutos.
Quarenta e Três Minutos das Dez Horas do Ano de Dois Mil e Dez de DEZENOVE de Março.
Quarenta e Três Minutos do Ano de Dois Mil e Dez das Dez Horas do Dia Dezenove DE MARÇO.
Março do Ano DE DOIS Mil e Dez das Dez Horas do Dia Dezenove dos Quarenta e Três Minutos.
Três Minutos dos Quarenta das Dez Horas do Dia Dezenove de Março do Ano de Dois MIL e Dez.
Ano de Dois Mil E DEZ do Mês de Março do Dia Dezenove dos Três Minutos dos Quarenta das Dez Horas.
Bom Dia! Bom Dia! Bom Dia!...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ESTADOS ABSTRATOS



Quando, ponto, estamos, vírgula, assim, travessão, suspensos em estados abstratos, ponto e vírgula, socorro, ponto de exclamação, é hora de deixar ir e vir, abre aspas, tudo, ponto de exclamação e fecha aspas.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

DESNORTE




Sem remo e sem rumo. Vige Santa que farol não tem.
O leme? Imagino que exista.
O mar? Lá, aí, aqui e acolá, dá prá ver, sentir e não alcançar nunca - nem no talvez e nem no quem sabe.

Sem rumo e sem remo. Ai que a bússola sumiu.
Proa e popa? Discernir não consigo.
O mar? Lá, aí, aqui e acolá, dá pra molhar, salgar e prá não chegar nunca - nem no talvez e nem no quem sabe.

Remo Farol Rumo Bússola Proa Popa Leme – direções sentidos – Lá Aí Aqui Acolá.
Onde o mar? Nem no talvez e nem no quem sabe, mas é certo que onde imagino exista e não dá pra chegar – por enquanto ao menos...
Ao mais, hoje, é aceitar o convite do Manoel e do Anselmo, para tomar uma ali no bar do Beto.
E vou! E fui! E voltei! E é certo que o mar existe e dá pra chegar - com ou sem rumo, remo, bússula, pois afirmo que lá, aí, aqui ou acolá o norte em linha reta é um desnorte só!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

LILI LIRILI LILILI LÓ E LÁ


Lili lirili lilili ló e lá. Este foi o som que pulou de uma singela mensagem de e-mail.
Pulou e agitou o sono fazendo despertar para o nossa-esqueci-do-blog!.
Eita que esqueço e lembro, lembro e esqueço.
Eita dança do renascimento e ressurreição.
Eita que surpresas causa a mim este vai e vem de meu existir que adora inexistir.
Doido de jogar pedra – aqui me defino – Mas Ói, ói! Não gosto de pedras vindas velozes em minha direção. Doem pra lá da conta! Aviso aos navegantes que é o dito acima apenas uma expressão aliás, muito comum, e dela me utilizo apenas para dizer que sou doido e só/tudo isto – sem aquelas coisas de pedra, algema, camisa de força, choque elétrico, sossega leão, e assim por detras.
Ops! E lá me vou a descolar de mim a memória que aqui me trouxe - Ops, pega, puxa, vem cá!
E voilà:
Lili lirili lilili ló e lá – Valeu, linda menina de face renascentista e alma contemporânea!