sexta-feira, 31 de outubro de 2008

LOCAL LUGAR


Lugar local este cada um de nós que em separado segue em ser: múltiplas chaves a pré-rogar possíveis habilidades outras e tantas contidas num só estufado pacote dito impossível de se exercer nas todas e várias faces nada fáceis, devido múltiplas e variáveis. Eis a fachada ambiente mesa onde tudo se põe se espalha distribui exasperando o ser, o dito assim único: fantasia - ledo engano (MAIA) ilusão - de ser apenas este numa existência que em real estado e o de todos aqueles estes (os SEM-CORPOS) berrando desde a periferia ao dentro, no centro, o cetro, o ponto que aponta, acusa, reclama, sofre, agonia por desde toda a memória de-sen-vol-vi-da e que a tudo do ser segue afunilando em cada vez mais estreita cloaca, que por menos e menor, transbordar faz o acima, na boca a maior, a que recebe, a que aberta e larga está, hora, escorrendo para fora, borbotando e encharcando os vazios espaços, ocupando-os em desespero e inchaço. Desafunilar? Tornar tubo largo frouxo? Desfazer? Desdizer? Destronar funil? Desviolar, desmiolar? Eleger, entronar a largura? Instaurar livre escoar, lépido e fagueiro exercício de felicidade outra que não a possível, mas a que existência é? Múltiplas chaves a pré-rogar habilidades nestes cada um de nós que em separados seguem cegos cegados cegantes gigantes talvez um dia quem sabe, saberemos, de algum local lugar.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

DANI UMPI - CALIFORNIA (QUE EL CIELO EXISTE)

CALIFORNIA (que el cielo existe) - ESTEBAN GARCIA

que el dia sea clarísimo
que lá comida sea sabrosa y abundante
que los amigos sean divertidos
que la cama sea blanda
que los espejos sean grandes
que haya blueberries y helado de postre
que el beso sea largo y mojado
que la billetera esté hichada
que el agua y la sombra sean frescas
que alguien cuente algo que haga reir
que salgas de compras en paises extranjeros
que la heledera esté colmada
que la piel sea suave, oscura y olorosa
que el fin de semana haya una megafiesta
que esté él
que la ropa sea nueva y esté de moda
que tu cuerpo se vea espléndido al moverse
que sientas como siente un animal
que te guiés solamente por el tacto y el olfato
que goces como una pera
que seas profundamente triste y salvajemente alegre
y extremadamente agitada y absolutamente tranquila
que haya música moderna cuando tengas gana de bailar
que los desconocidos saluden y digan hola
que brillen las estrellas
que nada te preocupes
que no esperes nada
que vos des el primer paso
que solamente lo hagas
que no pienses en nada más que en eso
que no pienses en nada
que no pienses en nadie
ni en vos misma
que ya no tengas miedo a nada
que arrases con todo

INDIA SONG (Para Cortar Os Pulsos)



cortar os pulsos
chance à morte
tão nossa de cada dia
escoar a seiva
escorrer a fonte que pulsa
espalhar
empapar
espargir a benta viscosidade
lavar por dentro
benesses do avesso


Para Cida Moreira e André Frateschi interpretando Tom Waits no show "Canções Para Cortar Os Pulsos" - INESQUECÍVEL E FUNDAMENTAL!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

CEZAR ALTAI E UM DE SEUS VUDUS PICTÓRICOS

É TUDO TÃO RÁPIDO - CA RC



Vídeo utilizando trecho final do filme de divulgação do trabalho do artista Cezar Altai, suas pinturas tridimensionais denominadas Vudus Pictóricos. Tom Waits participa, pois foi esta canção que deflagrou a necessidade da construção do vídeo.

domingo, 26 de outubro de 2008

ENTENDER SER PRECISO NÃO SER PRECISO ENTENDER



Do peito, Amigo, sem calculo intenção, exige deste aqui exigir-se texto palavras umas atrás das outras - fila seqüência encordoamento teia trama luz sobre seculares não-entendis acusatórios:

Entre há entre entender/não entender. Reside mora habita aí parar respirar olhar ficar - liberdade “põe” ética, descoberta poética de um ou mais possíveis, dantes não entendido por e devido o tal entender ter que, e de. Dar trabalho se por ao trabalho trabalhar atenção intenção permissão – a auto - ato de quedar diante do diante. Silenciar entender-não-entender. Fim a que apenas o apreender dê a si a compreensão adiante mais após além abismo Dionísio, o Louco. Depois do vivido? O entender que engendre a ordem que, por si e per se, ordena a desordem! O “vai e vem sem fim” filme ficção literatura invenção esgar fatia visível apenas parte do mais e mais articulador de vidas almas esquecidas de si – as próprias que em pequenos barcos salva-vidas guetos imperativos de entendimentos e imperadores de territórios, tempo o todo, medrosos por ausência vazio do exercício exército inteligência não medida não pesada não estática estatística âncora fincada no lamaçal lamacento lamentoso eterno lamento de ser preciso entender o não preciso, o impreciso. Tudo como se o raciocinar fosse linear linha reta, como se sobre mapas o passo-a-passo lei fosse, como se no mundo tudo de pronto fosse legível, como se estanque fosse a loucura entre grades, como se o amor cristaleira fosse de bibelôs. Como se a alma fosse mero detalhe e a vida, fedentina fossa.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

IVO POGORELICH - SCHERZO No. 3, OP. 39/CHOPIN

Pogorelich o Ivo uivo lanho relich bicho relichioso religioso régio religare do latim conceito do estar lá aqui entre tocado pelos deuses ditos da presença inteira no íntegro ato fato divino-na ação comunicação interação convocação do estado de presente presença ambígua a ambiguar cima baixo fora dentro certo incerto concerto com c de som de s conserta ferramenta instrumento nosso corpo todo inteiro de primevo a contemporâneo instinto intelecto alma soma de Z a Amalgamada num só todo vertente em dedos religiosos dados religando pontas tantas soltas ao léu sem céu sem chão sem conexão com vida como simples viver vivere pleno de víveres vísceras de vivas cheias fartas fortes francas frescas frondosidades flamejantes.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

VERA FOI, ELE NÃO

Sabe-se lá o que foi que nele deu de não ir! O que se sabe é que aconteceu - mas o o quê, o o quê, o o quê mesmo, não! O o quê que se sabe, sabendo mesmo, foi o o quê que não aconteceu. Não aconteceu de ele ir ter lá com ela. Ele não foi não indo e pronto. Empacou. Estaqueou e não, não foi. Ela? Veio! Veio e chegou na hora, na hora certa marcada desde antes noutro dia, quando ele foi. Ele? Não, não veio! Ela? Esperou. Ele? Não, não veio! Ela? Cansou! Ele? Não, não veio! Ela se foi e ele não veio, nem depois nunca mais. Mas ela voltou! Sim, voltou! Voltou, esperou, cansou e se foi! Ele? Nada, sequer soube; ao menos dizem. Sim, dizem; pois ouvi, e não, vi - que lá não estive. Aconteceu de eu não ir. Sabia e não fui. Não quis vontade não deu cansei preguiça grande e comprida. Mas, curioso depois fiquei e fui, aí sim, tirar saber. Tirar dos que dizem, e eles disseram o que aqui contado está: Que ele não foi e ela foi, esperou, cansou e se foi uma e outra novamente.
Desta vez, esta última ex-novamente, ela se foi para não mais voltar nunca d’outra vez. E não voltou nem para de onde veio quando veio lá esperar, cansar e se ir, por duas vezes. Não, ela não voltou para de onde veio. Sumiu. Disto ele soube, depois, agorinha tem umas horas - contaram. Soube e não foi. Ficou sem ir saber mais - o mais que ela fez querer ele fosse saber e ficasse sabendo. Dela? Não se sabia, ninguém. Dele? Lá, parado, dizem, para sempre estaqueado mesmo, no sentido à vera, pois Vera veio e apareceu há pouco, pouquinho mesmo, tem meia hora para ele lá; ele que não foi e nem precisou, pois ela veio. Só que veio só. Só do mundo este nosso Só apartada do vivo estado, trazendo marcas ainda roxas das rochas e o sangue escorrido escorrendo ainda em quantidade tal que ele não teve outra saída a não ser ao ver pular correndo de dela medo. Pulou, do dele quarto no andar segundo. Caiu vindo a falecer de estaca espeto fincada antes só no chão e agora também nele. Embaixo da janela, contam ainda vendo os que têm olhos de ver coisas estas estranhas, ela passa ele fica, ela vai ele fica, ela some ele fica embaixo da janela, estaqueado, estancado, de zóio arregalado parecendo ver Vera indo, indo, indo e sumindo.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

BALADA PARA MI MUERTE

A canção apresentada me foi, com interpretação de Mina, por Paulo Henrique amigão Pessoa. Piazzola em mim reverbera desde os lá tempos da dança. Diante de Balada Para Mi Muerte, o curso do pessoal projeto PEGASUS engrossou e trilha fiz para voz colocar, a minha que a mim estranhamente anima a continuar.
Em canceriana casa, noites altas, limitado equipamento e criativa excitante angústia, horas dias depois do encanto primeiro, aquele com Mina, finalizei o esboço (como sempre parece ao artista) daquilo que mais um passo é.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

BOLINHAS


As bolinhas existem em sentidos sensos sensores iguais e opostos ao tempo mesmo - uma “coisa” física, a quântica, entende! Sabe come é, que como se come há que se inteirar dos se movimentos contemporâneos; ao menos e mais saber o o que está ocorrendo havendo sendo no neste novo velho mundo. O que sabendo sei que sei e soube é que bolinhas sempre lá estiveram aqui desde os tais imemoriais tempos nascedouro desta raça dita linhagem de onde surgiu tudo, a humana, foi das bolinhas. Inicia, dizem, o começo, com bolinha talvez bolona explodindo boooommmm que no depois, de bolinha em bolinha cascateando efeito dominó aqui entre condições estas chegamos. É foi e será causa por devido em nome bolinhas que a tudo ficam mandar, mesmo que lá em sua nossa vossa insignificância humanamente conceituamos como nada bobagem quiçá instinto apenas- mandam em tudo, tudo mesmo, e olha lá nóis segue-segue corre-corre o que querem bolinhas; nós tudo fazendo e, em endos e andos, tadinhas e tadinhos de nós julgamos nós o supra-sumo das coisas e das loisas enquanto verdade fundo norte vertente nascedouro criação vem é das bolinhas tudo! Ah, as bolinhas! Ahhhh, às bolinhas! CUTUCA VAI, CUTUCA! CUTUCA QUE ESPIRRA ESPORRA EJETA EJACULA EXALA A EXATA ÚNICA FONTE ESPIRRANTE EXPURGANTE ESTONTEANTE DE SENTIDO SENSO SENSORIAL ALIMENTO EM PONTO DE ESTADO BALA - BOLA!

WHAT A DIFERENCE A DAY MAKES


What o que mesmo? O mesmo quê que fala a todos os todos de todas e todas as partes da vontade ser dentro e fora de ver e ter transformado dia num o mundo vida fatia cotidiano eternidade. Que seja o em que dia tudo mudou, que em aconteceu de o tudo, tudo , tudo ficou ficar ficará possível. Sendo este tudo o tudo e todo que impregnado do único capaz cujo nome não ouso arrisco emito vacilo macular escrevendo aqui e agora posto que já dito e ansiado e sentido e desejado e cacete-a-quadro, desde que o cacete seja o bom que de alma e corpo e arte é mistura gozante e derramante de sêmen-entes vários, múltiplos e somantes tanto fazendo se quatro, seis, dois; 11 7 3 ou 2, desde que difference faça.

domingo, 19 de outubro de 2008

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

CONSIDEREMOS, AO MENOS - DIGO

HERMETO, O PASCOAL



E JIDDU, o KRISHNAMURTI, propõe:


"O importante é o ser e não o vir-a-ser; um não é o oposto do outro; havendo o oposto ou a oposição, cessa o ser, haverá conflito. Ao findar o esforço para vir-a-ser surge a plenitude do ser, que não é estático; não se trata de aceitação ou de mera contestação; o vir-a-ser depende do tempo e do espaço. O esforço deve cessar; disso nasce o ser que transcende os limites da moral e da virtude social, e abala os alicerces da sociedade. Esta maneira de ser é a própria vida, não mero padrão social. Lá onde existe vida não existe perfeição; a perfeição é uma idéia, uma palavra; o próprio ato de viver e de existir transcende toda forma de pensamento e surge do aniquilamento da palavra, do modelo, do padrão. "
E este eu, também, digo:
DESTINIA

Por mais mediocre
que a visão de mim
me faça,
não resta, não sobra
outra
coisa
fato
senão
ODE
ter-me assim
do jeito e maneira
que sendo sou.
mediocre ou não
- veredicto que de meu
nada é, nada pode ser,
a não ser o fato,
simples ato,
de ser eu
aquilo que sendo sou.
mediocre ou não.
genial ou não.
pouvre or niet.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

CHISPA

ASSINTOMATICO SER QUE DE NADA ANDA AO SABER QUE DE ANDADO ANDA O ANDINO ANDES.

CRUCIFIXO

Marcha da quintessência roubada de ti de vós à voz à nós a noz que quebra dentro da caixa craniana o crânio que craneia que salvaaaaaah. Estúpida temática. Estúpida. Idiota. Abençoada seja amante da musa patética salvação. Khristós. Cross. Croa. Croix. Crucifica a temática. Salva. Fere. Mata. Morre. Finda. Começa. Taaaaaaaaaaaaa. É o ponto e o fim. É o ponto, começo ponto ponto ponta ponta ponta que aponta a ponta a ponta que aponta que aponta que aponta que aponta que aponta fim certo ahhhhh...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Treino trena tremo só de pensar que treinando a tremer no trenó de algum um único eu todos santo de existência profícua possa saber de mais e mais do que a maioria que também treina, só que sem trena a trena que conta, que não é trena de medir, que não é trena de esticar, que não é trena de trena conhecida no um mais dois mais três que dão algo lógico e também abstrato, mas abstraído da vívida poética desmedida e vivente. Sim, possa eu saber mais tremendo mais que estes que não que não chegam que não chegam lá que não chegam lá na ponta, na ponta, a ponta da ponta que toca a bola intumescida esticada fina película apta ao rasgo explosão boooooommmmm que encharca lava e leva para outro estado lugar que este o de aqui, deste aqui já repetido em mim e por mim todos você nós temerosos e trementes trêmulas mãos e pernas e línguas e dedos unhas cabelos células grupos de partículas nada particulares ovulozóides multiplicando mais e mais dentro e fora até formar a forma que sente pensa e age em fuga tempo o todo medo da ponta na bola entre adentre e trema tudo todos explodidos medos de disseminar a si próprio em rastilhos de novos e novas do avesso desdobradas e reveladas e enfim destreinadas gentes.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

ODETTA - sometimes I feel like a motherless child - Filme de Pasolini: Il Vangelo Secondo Matteo

Cabeça dói pinto grita cu reclama goela aperta cérebro breca coração incha pernas amolecem braços pinicam mãos preguiça língua gelatina sangue aguado merda e urina umidades e pastosidades trechos nortes fontes fomes ausências e inflamados ontens de tantas memórias sujas aniquiladas desde o berço por genética própria e universal com sabores atávicos de continuísmos e continuidades fugazes em nome de um estado de coisas sequer compreendido pelo pulso que pulsa à revelia de si próprio dos sis próprios dos contigos comigos conoscos convoscos – tudo, tudo, tudo balançando de lá para cá sem nunca parar a não ser quando se vai balançar talvez sim ou não em outro lugar que de lugar é um não lugar como o que o aqui o é enfim e sempre apesar da mentira da invenção e da agonia para que a morte chegue sem dizer que chega sem falar que existe sem mostrar que é o que há desde o primeiro berro lambuzado de sangue e gosma expulsa do buraco quente e morno e solo fértil da morte que virá sem dizer quando sem falar como sem mostrar onde e assim e assim e assim por um adiante eterno e idiota visto desta vista ponto de aqui ao menos este o de agora.

domingo, 12 de outubro de 2008

Matilda tinha um cachorro que se chamava Francocineido. Ele era bonito e ela não. Os dois viviam juntos e também iam juntos para todos os lugares até que num dia não foram. Todos perguntavam sobre o motivo que os levara a não agir como de costume; e se perguntam entre si e a todo o momento este isto. Nunca em tempo algum daquele tempo até o presente tempo e momento lhes ocorreu perguntar a um dos dois a razão que os levou naquele dia em especial a não terem saído juntos. Vejam, juntos não saíram, apenas naquele dia, e depois dele dia voltaram a se comportar como sempre antes e depois. Acontece que todos se perguntaram no dia em que se deu o ocorrido bem como continuaram e continuam a se perguntar entre si em todos os outros dias e até hoje; e até hoje ainda não perguntaram diretamente assim de chofre ou soco para Matilda ou Francocineido, que ficaram sabendo dos comentários e não fizeram questão alguma de buscar responder ou esclarecer ou explicar ou relatar o motivo que os levou naquele dia a não tararatararatarara... Para eles aquilo não teve importância alguma, apenas aconteceu daquela maneira. Para os outros todos aquilo teve muita importância e acontece até hoje. Francocineido e Matilda, entre si, riem, tanto de si quando dos outros, seja em casa ou saindo juntos todos os dias. E assim tem acontecido de os outros ficarem a se perguntar e comentar e os dois a se rir, e isto até hoje e até não se soube sabe saberá quando.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Devendra Banhart - Summertime

Zumbido que zune, zumbe, zumzumzumzoeira que locupleta de poeira as narinas fechadas, tamponadas com pedras preciosas e nostálgicas de tempos imemoriais e atiçantes de novos novidades novanças e cheganças de amedrontadores horizontes longos e compridos de porvir devir sempre desconhecidos. Suga desejo do hoje para o amanhã e o desejo vai se esquecendo de eu aqui e agora para me por parir pousar colocar em algum lugar que é lá para a frente na frente do depois destes aqui tão agonicamente em gosto sabor textura velhos e chatos conhecidos. Casa, corro, morro, forro, jorro, louro, mouro, ouro amarelo de oxum cachoeira cascata verde do lado de Oxossi, mãe e pai do zunidor furta-cor plural dual múltiplo universal Logun o de Edé. Até que até lá estar arco-íris navegar escorregar mergulhar no pote do fim que é começo já lá sem o antes que lá levou. Zumbe, zune o zumbido da zoeira do sussurro do Logun de Edé filho da cascata chuá ouro Oxum e do chchchchchch vento folhas mata verde Oxossi. Tampo tampão tampas caem despencam desatarraxam abrindo canos canudos narinas jorrantes de preciosas pedras acumuladas no interior do nascedouro do Iris Arco goela adentro e goela afora. É já quase talvez daqui a pouco senão agora hora de respirar zumbindo zunindo zoeirando em vai-e-vem movimento de e da cria em ação.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ai que frio que me dá quando está frio, o que não acontece quando está calor, pois então, sinto calor. Calor e Frio, Carlo e Fior, eles são amantes, dizem, um é quente e outro e gelado, não na convivência entre eles, mas na temperatura pessoal, digo, cada um com cada um, entende? Pois bem que o frio e o calor, feito Carlo e Fior, são a quintessência possível na estada neste plano terrestre cósmico universal de tantas e tantas vidas e encarnações, dizem. Alias, tem sido assim sempre e até quando não se sabe será. O que se sabe e sei é que está Fior e está Carlo, cada um quando o um deles é e está, se bem que esta coisa de ser e estar verbo não verbaliza e é nada a não ser uma forma de dizer, comunicar, transmitir o que se sente de calor ou frio ou mornices que são as infinitas variações possíveis entre o calor e o frio na convivência relacional entre Carlo e Fior. A bem da verdade é bom falar a verdade: não há calor e frio como pontas extremas, mesmo porque se houvesse, Fior e Carlo não estariam aqui bem como eu com este frio escrevendo estas asneiras só possíveis devido ao frio presente e ao calor sonhado e desejado que quando vem também é reclamado não no sentido de reclamar que venha, mas reclamar que está demais. É assim por estas bandas de aqui, e assim continua sendo continuamente, como este frio que não muda de temperatura e como Carlo e Fior que vivem esquentando e esfriando um ao outro. Entende?

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sandeviche do dervixe que viche roda e devorteia na teia do círculo por onde serpenteiam sincrônicos, não consigo eles, mas com todos os todos uns que de uns não têm nada posto que um é só um tanto ali como nos lás, acolás e aléns e aquéns. Um fila que embrulha e se enrola desenrolando a linha reta para que de reta só fique o traço pensado no conceito da explicação necessária à não compreensão. Assim é quando se gira o sandeviche na boca, o dervixe no terreiro, o cérebro na taça, a goela no buraco, o coração de ponta cabeça aponta para a pineal glândula. Ponta cabeça de ponta cabeça aponta o pinto pendurado o cu para a lua a sola pé toca etéreo, cabeça coco cocuruto terra experimenta. Cambalhota do sandeviche dervixe que de ponta cabeça e virando vai virando bosta e merda que rebosteia e remerdeia vaso abaixo o sanitário e dervixando vai pr'algum lugar alimentar o alimento que alimenta o crescimento de tudo aquilo que cabe num sandeviche e também noutros e noutras coisas dervixes. Viche! Viche! Viche!

domingo, 5 de outubro de 2008

Tanto que tanto tantas e tantos tarantelam que no entorno tentam tertúlias tortas. Macaquices saltitantes e contentes de dentes enfileirados a marchar de uns para os outros, escapando pelos cantos alongados das bocas/lábios esticados para cima. Pulam e sacolejam, serpenteiam e ondulam bundas, pintos, cus e xoxotas encharcados de hormônios, suores e certos tais inchaços. Tantos e tantas com tantos e tantas e tantos com tantos e tantas com tantas e tantos com todos e todos com tantos. Tantãs e Tantonas de sobrenomes apagados pelo pó nuvem por entre as barrigas das pernas e coxas das coxas – pó de pirlimpimpim atiça línguas entre bocas adentro das umidades nas baixas dobras e pregas com viscosidades salivares receptáculos de navegantes gostos e sabores doces acres alcoólicos salgados a excitar papilas gustantes engendradoras de também outras intumescências famintas de fome visitadora de internos escuros e ocos onde noite sempre é, noite que acolhe gesta parturía uivos lanhos gemidos agonias jatos e jorros que por fim no alívio baixam o pó pir pó lim pó pim tilintinpimpim feito como e tal qual agudinhos e pacificantes de sobre o berço sons objetos que se rebatem balançantes orquestrando o sossego de quase todos os tantos e tantas tantãs e tantonas de cujos buracos auriculares se ausenciaram em tocaia tarantelas e tertúlias de futuras sempre as mesmas.

sábado, 4 de outubro de 2008

A cruza das pernas impede o que talvez não seja nada. Mas o medo de que impeça é o grande dificultador da liberdade possível nos campos de concentração de energia celeste ou terrestre. Dos extras e dos intras, que dizem ser tantos e invisíveis. Pois bem então, que assim seja amém! E tem mais do que isto nos aqueles e aquel’outros. Tanto que se fossemos contar ou classificar levaríamos uma eternidade inteira; e já que a vida não dura tanto, contentemo-nos com o calcular assim por cima a quantidade e a qualidade. O cérebro, que está no topo, diz-se rei em busca da rainha... e que se foda, pois o amigo chegou para um café!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Então que se dê. Que se doe. Que se dane. Cuide, case, coma em coma tal qual cama e case com intervalo entre, para despencar pelo abismo aturdido e chocho da ausência de vida viva vivente por entre os entes dentes mastigantes antes e depois dos primeiros ois. Coisa rara amar amarelo d’antanho por pura risada interna e divertimento. Mas assim é e se vai. Se vai. Se vem. Se se faz se se desfaz. Cobras e lagartos são apenas memórias do terror imposto. Coisa tão banal e frugal. Sim, o terror imposto é banal e frugal e olha o todos borrando as calças por banalidades e frugalidades. Cansaço do que não se dá, do que não doa, do que se dana. Case e cuide, mas sem assim ser e fazer – uma brincadeira, entende? Apenas isto: uma brincadeira para ver o tempo passar entupindo-o de barulhos e sons, pois distrai e enleia. Lá no fim isto finda e vem outra coisa que talvez se dê, se doe e não se dane.

Selvagem universo do espectro à espera de algo que não sabe nem o que, mas que por ser algo gera a espera arrepiada de um todo empapado de sangue morno e saboroso. Vértice nevrálgico e entupido de quantidades ocas de tantas nuances obscenas e fugidias. Todas prontas para morrer e correr mil léguas cósmicas de luz, apenas para chegar lá e em lá chegando, voltar, também correndo. E isto apenas para após um e apenas um copo de um líquido qualquer, começar tudo de novo ad infinitum enjoativo.
Então é assim que se dá e se dão os pontos que enrijecem em busca de buracos que de buracos não tem gosto, mas gosto tem de pele e visões oculares empapadas de delícias libidinosas. E tudo recomeça, de início farto e farta de tudo o que virá, e ao fim farta e farto de tudo o que veio e foi. Um pé vem depois do outro, não na ordem da anatomia, mas na da vida caminhada.
Fogo que apaga a água e terra que expulsa o ar. Magia macabra não é. É magia e só magia.